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A mostrar mensagens de 2014

E nesta dia da criança... Adopção: acto de amor ou de egoísmo?

Como acho que é do conhecimento geral, não sou muito de ligar a "dias disto" e "dias daquilo"... Tenho as minha próprias datas que me marcaram e chega-me... Mas já que dizem para aí que hoje é o Dia da Criança, lembrei-me de um tema que para muitos é simples, mas que para mim é muito complexo e delicado. Tomou-se como verdade universal que adoptar uma criança é um acto de amor... Mas não será, em alguns casos, um acto de egoísmo? Sempre me pareceu que sim, e depois de ter tido conhecimento de alguns casos que me pareceram injustos, além de outros pormenores à volta do acto de adoptar, fiquei com mais certezas ainda... Uma coisa que me irrita é as pessoas quererem filhos adoptivos "por medida"... Dados e arregaçados! As mais procuradas são meninas, loiras de olhos azuis e por aí fora. Ora, se eu mandasse, retiraria automaticamente estas pessoas das listas de potenciais adoptantes... Se tiverem um filho biológico não irão escolher a cara dele, pois não?

O que é a humildade?

Em criança e adolescente era habitual passar as minhas férias na serra algarvia. Tinha lá família e amigos e adorava passar lá aquele mês, em vez de ir para a praia. Sempre que voltava, ouvia as pessoas dizerem, em jeito de pergunta "É bom estar assim entre gente humilde, não é?". Gente humilde... Era essa, e acho que continua a ser, a ideia que  as pessoas da cidade tinham (e têm) das pessoas do campo. Pessoas pobres e com poucos ou nenhuns estudos. Mas observando as atitudes dessas pessoas hoje (depois dos filhos começarem a emigrar e de haver reformas, que ainda que baixas, lhes fazem levantar a cabeça) e mesmo olhando para algumas atitudes que tinham nessa época pergunto-me se bastará viver no campo, ser pobre e ter poucos estudos para ser humilde? Melhor: Serão essas algumas características das pessoas humildes? Não poderá haver quem seja rico, com estudos e a viver na cidade e que seja humilde?  Afinal, o que é a humildade?  É que me parece a mim que o

O que nos faz gostar das figuras públicas?

Uma continuação d' "A Fórmula de Deus", com o título "La Cle de Salomon" , o 7º romance da série Tomás Noronha, acaba de ser lançada em França, "em forma de agradecimento ao público Francês pelo sucesso obtido naquele país com os romances "La Formule de Dieu" e "L´Últime Segret du Christ". " ... foi com estas palavras que o autor, José Rodrigues dos Santos, deixou em aberto até quando os leitores portugueses, por quem sempre tem sido bastante acarinhado, vão ter que esperar para ler o mesmo romance, se é que alguma vez terão essa possibilidade. ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Não sei o que passa pela cabeça (neste caso quadrada) de um autor quando decide lançar um romance num país estrangeiro, sem antes o ter lançado no seu próprio país. Não fazia ideia que os leitores portugueses lhe merecessem tanta falta de consideração! Escrevi este texto em dois

ACELERA, AYRTON!

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Já faz hoje 20 anos que partiste fisicamente deste mundo... Contigo partiu uma das minhas grandes paixões. Uma modalidade que deixou de me interessar, pois já nada podia ser a mesma coisa... Mas viveste em pleno os poucos anos que viveste e partiste deste mundo feliz.... Recordo-me, como se tivesse sido ontem, da arrogância de alguém que, armado em importante, achando-se imortal e especial, desvalorizou a tua partida deste mundo, te chamou irresponsável e pouco cauteloso e di sse que não acreditava que tal coisa viesse a acontecer consigo próprio, pois era muito cuidadoso... Ironia do destino, agora está para lá "morre, não morre" e eu só gostava que ele acordasse consciente, a ver se alguém lhe perguntava se se recordava das asneiras que disse... De resto, pouco me importa que morra ou que deixe de morrer... Não o conheço. Nada significa para mim. Mas tu ficarás para sempre na minha memória, e o meu coração ainda bate por ti. ACELERA, AYRTON!   

O "desenrascanso" profissional funciona... Até que um dia é dia santo!

Como, ao que parece, pouca gente ou ninguém lê este blog, acho que posso dizer aqui tudo o que me apetecer e doa a quem doer... Que não será a ninguém, já que ninguém o lê. Algo que sempre me irritou profundamente foi o "desenrascanso" a nível profissional, o compadrio, as cunhas, as subidas na horizontal. Parece muito bonito a certas pessoas ouvir alguém dizer "Fulano é muito desenrascado! Joga mão a qualquer coisa!" Pois é... Até pode parecer bonito "jogar a mão a qualquer coisa", mas saberá jogá-la? Acabei de saber que uma "menina bonita", de 32 anos, dessas que depois do 9º ano decidiram ir pelo desenrascanso e até se tem "safado bem", desta vez parece que teve azar: a menina foi há pouco mais de um mês trabalhar para um escritório de contabilidade e, claro, com todo o seu palavreado conseguiu convencer os patrões de que percebia muito de contabilidade,tinha muita experiência, EMBORA NÃO TIVESSE QUALQUER CURSO. Tudo

Vamos lá então jogar o jogo das sete diferenças!

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Ora, vamos lá então jogar ao tão popular jogo das sete diferenças? Quem ainda não o jogou, quer tenha sido na sala de espera de um dentista, através de uma velha revista que para lá está, quer tenha sido num café, enquanto se espera por companhia ou se está a fazer tempo para a abertura de uma loja ou para a hora do autocarro, ou até para entrar ao serviço? Ora, vamos lá então jogar por aqui! É o meu desafio! Há quase duas semanas que somos bombardeados com ataques no seguinte registo "Se fosse um comentador da direita iriam ver como o gajo estava mansinho que nem um rato!" , "Das contradições de Passos Coelho não fala ele, não!", "Irão ver que quando lhe calhar o comentário de Morais Sarmento ele já não o vai confrontar, já vai proceder de uma forma completamente diferente!" Ora, tendo em conta que o comentário de Morais Sarmento "lhe aconteceu" ontem, eu gostava que me ajudassem a encontrar as diferenças, tendo em conta que eu apenas enco

Feliz Aniversário, Zé :)

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José Rodrigues dos Santos Este menino completa hoje meio-século de vida. Recordo-me dele quando apareceu na RTP, quase miúdo, sendo eu ainda mais miúda... Muito alto e magrinho que nem um pau de virar tripas, com umas orelhas que metiam medo... Já naquela altura simpatizava com ele... Eu e a minha família, mas principalmente eu e a minha mãe, porque o meu pai achava-o muito infantil... Costumo dizer que estivemos em sintonia na noite de início da primeira Guerra do Golfo, pois também eu fiquei a noite toda "de vela" na rádio onde trabalhava, à espera de novidades.  Recordo-me dele, num programa do Hérman José, a falar da filha mais velha (naquela altura ainda era a única) quando a miúda tinha para aí 2 anos, a dizer que ela era Catarina, mas que lhe chamavam Chatarina porque era muito chata, perguntava tudo, queria saber tudo... Recordo-me dele em muitas guerras, reais e metafóricas... Recordo-me quando se desmanchava a rir a meio do Telejornal, devido a alguma gafe ou

Gostava de entender o povo português... Mesmo que não concordasse com ele...

"De Paris até Lisboa, um emigrante português, vai dizendo p'ra patroa ai se soubesse ai se soubesse, ficava no meu país. Se a vida cá melhorasse, ai se soubesse, ai se soubesse, não voltava para Paris..." Assim cantava o já falecido Dino Meira... Eu acho que a vida do emigrante português melhora por cá quando o povo é estúpido e parvo! Sei que há muita gente à espera que eu fale (há quem não comente mas venha espreitar)... Até já me disseram "São, há quem esteja à espera da tua opinião, mas dizem que também não vale a pena porque sabem que aconteça o que acontecer, tu estarás sempre do lado dele!"... Sempre não sei... Desculpem o cliché, mas o futuro a Deus pertence. Costumo concordar com ele e, mais uma vez, hoje não é excepção. Se já gostava dele ontem, hoje gosto mais. Não tenho culpa desta identificação e se estiver incomodado vá para o raio que o parta! Sei que tem as costas largas e que se está a borrifar para os ataques de que tem sido alvo ao lon

Porque não pode a alma amar também?

Ao cabo de praticamente 16 anos integrada (???) nesta família ainda me pergunto se serei eu ou eles quem está errado... Eles são muitos, eu sou apenas uma a pensar de forma diferente, de modo que provavelmente serei eu quem está errada... Mas não será errar também humano aqui, já que se costuma dizer que é sempre? Quer-me parecer que nesta família não existe nenhum relacionamento possível que não seja baseado no sexo. Para eles não faz sentido dizer-se que se simpatiza com alguém do sexo oposto, a não ser que se pretenda... Ir para a cama como essa pessoa, pois claro! Afinal, que outro interesse existe em gostar de alguém? Gosta-se de alguém porque a pessoa nos atrai sexualmente, claro, porque "é gira", porque é "uma brasa"... Tendo em conta que estas pessoas adoram reality-shows e as pessoas que neles participam, pergunto-me se será dessa forma que olham para elas... Por um lado parece absurdo, mas por outro... Também não me parece que aquelas pessoas "sir

A estranha sensação de ser portador da próxima senha...

Nenhum ser humano esquece o dia em que o pai morreu. Dizem que é o momento em que nos tornamos adultos e o futuro nos é confiado como a chave de uma mansão de que somos enfim herdeiros José Rodrigues dos Santos, O Homem de Constantinopla , 2013 Nada seria mais agradável para mim do que começar um post com palavras retiradas de um livro daquele escritor com quem mais me identifiquei e que mais me encantou em toda a minha vida. E toda a minha vida? Hum... Falei como se a minha vida já tivesse terminado ou estivesse a terminar. Na verdade, espero que não esteja a terminar, mas agora tenho plena consciência de que um dia vai terminar. Agora? Então? Não tinha essa certeza antes? Ter, tinha... Mas era diferente... Tudo parecia muito distante, muito longínquo, quase incerto ... Não vou falar da dor que, naturalmente, todos nós sentimos quando perdemos os nossos pais. Essa dor é um facto tão forte que seria cliché falar dela. Também é verdade que há filhos que partem desta vida antrs d

A Rádio: uma das minhas maiores paixões :)

Neste Dia da Rádio, não podia deixar de recordar uma das fases mais apaixonantes da minha vida... Só eu sei o quanto adorava aquilo. Só eu sei o quando amava aquela rotina, que para mim nada tinha de rotineiro embora parecesse. Todos os dias me levantava antes das 7 da manhã e voltava para casa já noite... Muitas vezes perto da meia-noite... Ou depois até... Mas nunca nessa fase da minha vida me custou levantar. Era uma emoção para mim vasculhar jornais, telefonar para uma linha da Agência Lusa, na busca de informação, na busca de notícias para elaborar os noticiários, que depois os meus colegas iriam ler... Há 23 anos por este dia o mundo estava de olhos postos na guerra e essa azáfama era mais forte e mais emocionante. Eu adorava aquilo. Tinha que procurar notícias... E como era satisfatório ver o noticiário preparadinho para ir para os estúdio. Fazer locução não era muito o meu forte, até porque a minha voz não suficientemente boa para isso. Mas cheguei a ter programas, sempre r

Todos os cidadãos são iguais... Mas há uns mais iguais do que outros...

Cheguei há pouco de uma reunião do Instituto de Emprego e Formação Profissional. Daquelas reuniões que não adiantam nem atrasam. Onde são dadas informações que poderiam ser dadas por carta, da mesma forma que a pessoa foi convocada (logo, não havia mais despesas de Correios). Mas adiante... Enquanto se espera, ouvem-se sempre conversas, queixas... E então estava um senhor, a lamentar-se, quase ofendido, dizendo que era advogado, desempregado a receber subsídio, e que tinha recebido duas propostas, uma para trabalhar numa Bomba de Gasolina e outra para um restaurante. Ora, o senhor, dizia, de sua justiça, que as tinha recusado, obviamente, pois se era advogado, não iria trabalhar para uma Bomba de Gasolina ou para um restaurante. Bem, eu compreendo a indignação do senhor. Mas acontece que o senhor está a receber subsídio de desemprego. Que eu saiba, não se pode recusar qualquer proposta nessa situação. Ou melhor, pode-se, porque não existe escravatura, mas nesse caso, a pessoa tem que

Dez anos de Facebook - Porque esta rede social tem tanto sucesso?

No dia em que passam 10 anos sobre o nascimento do Facebook, lembrei-me de reflectir sobre o porquê  desta rede social ter tido sempre tanto sucesso e continuar a tê-lo. Afinal, porque tem o Facebook tantos utilizadores? Porque é usado por pessoas tão diferentes? Porque esses utilizadores são de tão diferentes camadas socio-culturais? A minha conclusão é que o sucesso do Facebook se deve ao facto de cada um o usar como acha melhor para si. Umas pessoas usam para desabafar sobre tudo e mais alguma coisa, outras usam para publicar os videoclips que vêem no youtube, outras usam para comentar as notícias da actualidade e falar sobre temas polémicos, outras para trocar ideias sobre livros, séries, filmes, novelas, outras para jogar jogos, outras para publicar fotografias, outras para promover uma actividade profissional, de lazer ou um hobbie, outras para um pouco disto tudo, e por aí fora. Há pessoas que vão lá todos os dias, outras vão de vez em quando, outras muito raramente. Há pessoa

O Querido Inimigo Declarado

É muito comum nos dias de hoje dizer-se que se prefere um inimigo declarado a um falso amigo. Claro que isso é indiscutível. Já a minha mãe dizia que "É preciso é que Deus nos livre dos mansos, porque dos bravos livramo-nos nós". Diz-se também que quando uma pessoa anda "posta de parte por todos" é porque o problema está nela, pois é impossível que os outros sejam todos maus e  só a pessoa seja boa. Na minha opinião, parece-me que isso de estar "posta de parte por todos" é muito relativo... Quem são esses todos? Todos os membros de uma família de afinidade (sogros, cunhados, primos do cônjuge)? Nesse caso parece-me que todos esses funcionam como um só. Todos os colegas de trabalho? Também aqui podem funcionar como apenas um, pois também já a minha mãe dizia que "Quando se diz é mau cão, todos lhe atiram pedradas"... Se for um "menino bonito" que diga "é mau cão", o mais natural será que , a fim de não ficarem mal vistos po

Onde a América põe a mão... Todos põem o olho!

Passam esta noite 23 anos sobre aquela longa noite... A noite em que eu queria saber tudo para contar aos habitantes de Faro e arredores, e em que aquele que mais tarde se tornou no meu escritor favorito, e numa pessoa que muito admiro, não adiantava nada! Às vezes digo na brincadeira que estivemos em sintonia nessa noite... Quem não entende fica chocado... Ele passou a ser mais conhecido depois dessa noite... Eu nunca passei da cepa torta, mas também não era isso que me intere ssava naqueles momentos de ansiedade e curiosidade... Nem pensava nisso... Raios parta ao homem que não adiantava pormenores! Mas que raio estava ele lá a fazer de vigília a noite toda se era para não adiantar nada? E que raio estava eu ali a fazer, naquele 11º andar? À espera de desenvolvimentos para contar... Pois, ele também... Por isso é que não adiantava nada... Pois se não sabia... Mas para mim, ele tinha que saber, porque eu precisava de contar! Naquela noite ele não pensava tornar-se escritor... Nem er

Os concorrentes do SS e as "Presenças" (indesejáveis)

Recentemente, devido ao facto de nos últimos anos ter caído várias vezes sobre a minha própria espada, ou seja, ter caído em situações que tinha criticado a minha vida inteira, conclui que ia deixar de criticar fosse o que fosse nas outras pessoas, desde que essas atitudes, gostos, formas de vida, crenças, etc.. não prejudicassem ninguém. Decidi não julgar nem criticar fosse o que fosse. Se as pessoas tinham certas atitudes, gostos ou crenças é porque lá se entendiam. Em suma, adoptei uma espécie de lema na base do "Vive e deixa viver"... No entanto, não consigo resistir a criticar certas coisas que, por mais que me tentem explicar, não entendo. Assim sendo, ponho-me em cheque e deixo à vontade as pessoas para me criticarem a mim, as minhas atitudes, os meus gostos... Que assim seja... Já por várias vezes que, passando por programas da TVI em que são entrevistados ex-concorrentes da famosa Casa dos Segredos, os ouço dizer que já fizeram não sei quantas "presenças&quo