O Querido Inimigo Declarado

É muito comum nos dias de hoje dizer-se que se prefere um inimigo declarado a um falso amigo. Claro que isso é indiscutível. Já a minha mãe dizia que "É preciso é que Deus nos livre dos mansos, porque dos bravos livramo-nos nós".

Diz-se também que quando uma pessoa anda "posta de parte por todos" é porque o problema está nela, pois é impossível que os outros sejam todos maus e  só a pessoa seja boa.

Na minha opinião, parece-me que isso de estar "posta de parte por todos" é muito relativo... Quem são esses todos? Todos os membros de uma família de afinidade (sogros, cunhados, primos do cônjuge)? Nesse caso parece-me que todos esses funcionam como um só. Todos os colegas de trabalho? Também aqui podem funcionar como apenas um, pois também já a minha mãe dizia que "Quando se diz é mau cão, todos lhe atiram pedradas"... Se for um "menino bonito" que diga "é mau cão", o mais natural será que , a fim de não ficarem mal vistos por esse "menino bonito", todos concordem com ele...

Se for o caso de uma pessoa que "anda de ponta" tanto de familiares como de vizinhos, como se colegas talvez o caso já seja mais estranho. Talvez o mal esteja mesmo na pessoa, mas talvez nem seja uma questão de maus princípios, mas de feitio...

Mas pronto, partindo do princípio que realmente o mal está na pessoa e que todos os outros são bons e só ele é mau: então, se estão tão certos das suas razões, porque é que não se declaram logo inimigos? Porque é que são todos cheios de sorrisos para a pessoa e, ao mínimo favor que a pessoa lhes peça, lhe viram as costas com hipocrisia? Porque é que lhe falam tão bem, com "falinhas" tão doces e, se a pessoa lhes bate à porta com uma dor de cabeça terrível a pedir um simples analgésico (tipo Ben-U-Ron, que é de venda livre) lhe respondem que não podem dar porque pode ficar a fazer-lhe falta?... Afinal, até têm uma caixa inteira, mas pode fazer falta, pois afinal só irão à vila no dia seguinte e nesse dia ainda pode ficar toda a família com dor de cabeça e precisar...

Ah, queridos inimigos declarados. Obrigada por existirem!

Comentários

  1. Olá São,

    Eu diria que nem um inimigo declarado, nem um falso amigo, nem tão pouco se prefere algo semelhante. Prefere-se viver da forma mais digna possível, e evitando, se possível, inimigos e falsos amigos, o que a bem dizer vai dar à mesma coisa.

    Acredito que por vezes o 'andar posta de parte por todos' pode ter a ver com a nossa postura na vida. Se se enfrenta a vida de forma negativa, é natural que a vida também insista em não nos sorrir. Agora, se a vida se apercebe que nos esforçamos, embora não consigamos grandes resultados, e que mesmo assim fazemos questão de prosseguir, nos manter com a cabeça erguida. acredito que mais cedo ou mais tarde a coisa dá-se.

    É dar corda aos sapatinhos e fazer algo. Se não formos nós a fazer pela nossa vida, acredite que ninguém o fará. Quando fazemos algo por nós, parece que de repente aparecem 300 mãos para ajudar.

    Abraço, São e tenha um óptimo fim-de-semana :)

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    1. O pior é que há pessoas tão estranhas que quando a pessoa faz algo pela vida E CONSEGUE se tornam mais cínicas ainda, porque... "Não conseguem ver uma camisa lavada num pobre"! Ninguém deve ter nada (de bom) que elas não tenham porque se isso acontecer, "temos a burra nas couves" e aí então é que se tornam mesmo "inimigos declarados"... Há pessoas estranhas por esse mundo, acredite :)

      Abraço :)

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    2. Já agora, chamou-me a atenção esta sua frase, Maria:

      "Acredito que por vezes o 'andar posta de parte por todos' pode ter a ver com a nossa postura na vida. "

      Quer então dizer que devemos adoptar os hábitos dos que nos rodeiam, mesmo que não gostemos deles e deixar de fazer as coisas de que gostamos só para nos integrarmos e garantirmos que se precisarmos de um favor as pessoas nos o fazem? Isso não é estarmos perante um tipo de "Servidão Humana" muito triste?

      Abraço e um bom fim de semana para si também :)

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    3. Ah, afinal o comentário sempre foi publicado ontem...

      ***

      O que acho é que a São dá demasiada importância ao que os outros pensam ou deixam de pensar. Nos 'entretantos' não vive. A vida vai passando ao lado.

      Ou seja, se alguém não me liga nenhuma, eu simplesmente volto costas, estou-me nas tintas para essa pessoa. E quando volto costas àquela pessoa que não me liga nenhuma, ou não me respeita, estou a abrir uma porta para conhecer outras bem melhores. É por aí...

      Se continuamos a bater sempre na mesma tecla, a tal postura, o mais normal é que os outros continuem a viver a sua vida tranquilamente, e nós acabamos por morrer velhotes, abandonados, tristes, revoltados e amargurados.

      Se fazemos algo pela vida e até conseguimos, devemos ficar satisfeitos.Ponto. Se os outros reagem de forma positiva ou negativa é indiferente. O que conta mesmo são os que reagem de forma positiva, Os outros... lixo. Andar para a frente que atrás vem gente. Caramba, precisamos de toda a energia possível para sermos minimamente felizes. Os que nos roubam a energia devem ficar lá fora. na rua.

      Tenha um bom fim-de-semana :)

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