Um bem haja ao Papa Francisco

Dedico este post ao Papa Francisco. Confesso que me agrada bastante a postura deste novo chefe máximo da Igreja Católica Romana.  Confesso que esta abertura, esta mudança de mentalidade me transmite a ideia de esperança. Me faz acreditar que ainda há alguma consciência por parte de quem tem, de certa forma, onfuturo do mundo nas mãos.

Não sou uma pessoa religiosa. Não consigo ser.  Por mais do que uma vez ao longo da vida tentei. Não dá. Não funciona. Poderá, eventualmente, tratar-se de uma falha minha. Ponho essa hipótese. Por essa razão, não me considero ateia, mas agnóstica.

Acho que tal como na questão da sexualidade, ser religioso não é uma questão de opção, mas de orientação. Uma questão de natureza. Ou se nasce religioso ou não se nasce. E nada na minha natureza, na minha forma de ver, sentir e interpretar o mundo me dá o mais leve indício da existência de Deus.

Prefiro dizer a verdade a me encostar à bengala do "sou católico não praticante". Não, não sou católica. Nem praticamente nem não-praticante (nem sei muito bem o que é essa segunda hipótese). Aliás, não sou crente em religião nenhuma. Nem católica nem outra qualquer. Mas este post tem a ver directamente com a Igreja Católica e a sua recente evolução e mudança através do Papa Francisco.

Não sendo católica, compreendo, no entanto, a força, a importância que a Igreja Católica enquanto instituição tem no mundo. E é nesse sentido que me agrada a lufada de ar fresco trazida por este Papa.

Alias, acho de uma inconsciência tremenda não reconhecer a importância da Igreja Católica e do Papa no mundo. É tentar tapar o sol com a peneira não querer admitir essa importância. Concordemos ou não, a verdade é que essa importância é um facto. Não me parece, portanto,  discutível, se considero um facto. Já diz o velho clichê que contra factos não há argumentos.

É por isso que me agrada muito a mudança trazida pelo Papa Francisco. Transmite-me esperança.

É muito comum ouvir pessoas dizer que se estão perfeitamente a borrifar para o que o Papa diz. Que as tomadas de consciência do chefe máximo da Igreja Católica pouco ou nada lhe interessam.

Torço sempre o nariz quando ouço isso. Mesmo eu sendo agnóstica assumida.

Ainda há pouco tempo, quando foi da admissão do uso do preservativo, ouvi várias pessoas dizer que "ninguém esteve à espera da ordem do Papa para usar preservativo".... Será bem assim?

Não quero alongar-me muito. Não quero ir para grandes reflexões sobre grandes questões... Vou só dar um pequenino exemplo em forma de pergunta. É apenas uma pequena questão no meio de centenas delas,  pertinentes.

Imaginem que trabalham para uma ONG qualquer, uma instituição qualquer que se dedica a causas humanitárias e que recebem algum apoio económico por parte da Igreja... Vão incluir a distribuição de preservativos nos vossos programas e a sua aquisição no orçamento, se a Igreja for contra o seu uso?

Só um exemplo... Boa Páscoa para quem é crente e para quem não é.