Antes só que mal acompanhado seria um bom título, mas é cliché

Ao contrário do que possa parecer, não sou muito de expor as minhas emoções pessoais . Quando rebenta alguma, é quando já ficaram milhares por rebentar... E para rebentar é porque a pancada foi mesmo forte.... Mas não vou, afinal, falar só em mim, mas no geral, partindo apenas de mim como exemplo....

Ontem uma profissional de serviço social perguntava-me se já tinha feito amizades nestes MENOS DE seis meses que estou a viver nesta cidade. Respondi-lhe que já havia pessoas com quem me dava bem, com quem conversava, mas que não podia considerar ainda grandes amizades, o que achava normal, tendo em conta que estou cá a viver há pouco tempo. Não psreceu gostar da resposta e disse que essas coisas têm que ser trabalhadas, que a pessoa tem que fazer o seu trabalho nesse sentido, pois uma pessoa sozinha numa cidade, se um dia se sentir mal não tem a quem recorrer, a menos que tenha amigos que a ajudem.... Perguntou mesmo a quem recorreria se me sentisse mal.... Confessei mesmo a verdade "Há pessoas com quem me dou bem, mas não ao ponto de pedir que corram a acudir-me se me sentir mal, até porque as pessoas têm as vidas delas e não são obrigadas a vir cuidar de mim em caso de estar mal"

Já há algum tempo outra pessoa me tinha dito que eu tinha que "arranjar alguém" (leia-se namorado) porque não podia passar o resto da minha vida sozinha, até porque precisava de alguém para me ajudar na vida...

Ora bem.... Vamos por partes : em primeiro lugar, talvez seja um bocado anormal, mas nunca fui de andar à procura de relacionamentos, fossem amorosos ou amistosos.... Acho que as relações, sejam de que natureza forem, devem nascer espontaneamente, quando menos se procura. Não tenho vocação para andar à procura de relacionamentos... Até porque forçar-me a estar com uma pessoa que não me diga nada,  só para dizer que estou acompanhada é um tédio que não desejo a ninguém.... Fui nessa conversa uma vez, para aí quando tinha 20 e poucos anos e foram as duas semanas mais agonizantes da minha vida....

Em segundo lugar : quem garante que um relacionamento amoroso traria uma ajuda para a vida e não o contrário? Na fase terminal da minha mãe passei por momentos terríveis, sozinha com ela no caminho do hospital.... E noites em claro.  E eu na altura era casada!  Do que é que isso me valeu??  Ainda era mais uma preocupação! Estar com a minha mãe numa transfusão de sangue e a olhar ao relógio a desejar que já não demorasse muito porque tinha que ir fazer o jantar para o meu marido, que estava em casa!

Em terceiro lugar, que vai de encontro ao primeiro, ainda que alguém soubesse que ia ter uma grande ajuda a nível material / financeiro não seria um tédio enorme estar com alguém só por esse motivo?  Ah e tal, a pessoa habitua-se....  Sim, está bem.... E aliás, essa é uma hipótese meramente fictícia, pois ninguém sabe se vai encontrar ajuda ou mais chatices ainda!

Voltando às amizades,  acho que dificilmente em menos de seis meses se fazem amizades ao ponto de se pedir ajuda em caso de necessidade!!

Aliás, pelo que tenho observado, elas, aparentemente até se fazem, só que, normalmente, são castelos de areia.... Tal como a maioria das relações amorosas...

Em suma: se as coisas acontecerem espontaneamente, tudo bem.... Agora "trabalhadas"?  Eh pah... Poupem-me a frangalhos!

Termino com um pouco de boa disposição, recordando os meus tempos de estudante

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