As árvores morem de pé...

Há muito tempo que não publicava nada neste blog... quando o criei era uma mlher apaixonada... Não escolhi o título a pensar no amor incondicional ao meu marido e ao meu querido filho, pois isso, ainda que indubitável era uma coisa desnecessária andar a apregoar... Anormal seria se não fosse uma mulher apaixonada pelo marido e pelo filho...

Quando criei este blog era uma mulher apaixonada pela vida, pelas coisas que fazia, pelas pessoas em geral, pelos amigos, pela leitura, pelo desporto, pela comunicação social, pela ficção novelisticas, por filmes, por roupas, por maquilhagens... Enfim... Uma mulher que gostava de viver, que vivia com gosto, que adorava a vida, tinha emoções, vibrava com as alegrias da vida, vivia com prazer... Daí o título do blog... Na verdade, quem me conheceu depois de Fevereiro passado nunca conheceu a mulher que eu era há um ano atrás e que sempre tinha sido... Neste momento, não passo de uma sombra, que nem sequer poderá ser a sombra dessa mulher que eu fui... Uma sombra abstrata... Se fosse a sombra dessa mulher que fui, ainda algo restaria em mim dela... Mas pouco ou nada resta... Agora, mais do que tudo, sinto-me uma mulher eternamente amargurada... Mesmo que acontecesse um milagre e o meu querido filho voltasse neste momento para casa, já dificilmente eu reencontraria essa mulher que fui até há relativamente tão pouco tempo: um ano atrás... como é que uma mulher muda tanto em tão pouco tempo? Olhando-me agora ao espelho com uma fotografia minha de há um ano atrás na mão, notam-se ali alguns traços de que é a mesma pessoa, ou uma irmã muito mais velha, ou até a mãe... ninguém diria que se trata da mesma pessoa apenas 1 ano antes... E repito: Quem me conheceu depois de Fevereiro nunca conheceu a verdadeira São...

Este vai ser o Natal mais triste que já passei na vida... a solidão interior é muito forte... Sinto falta de pessoas... sinto falta de amigos... sinto falta de calor humano... Mesmo que ninguém me ajudasse em nada, por não poder ou não querer, sinto falta de conversar com pessoas... sinto falta de tudo... tudo o que perdi...

Mas desenganem-se aqueles que pensam que, lá por já não viver, não continuo a ser uma sobrevivente... continuo a acompanhar a minha mãe às consultas e exames médicos e a ajudá-la, tal como acontece com o meu marido... Continuo a cuidar da casa, a fazer comida, a lavar a loiça... Se estavam à espera que eu caísse numa cama, lamento, mas por enquanto, isso ainda não aconteceu... Poderá vir a acontecer, não sei... Mas por enquanto, continuo a acreditar que as árvores morrem de pé.

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