Até quando os advérbios JÁ e AINDA associados ao casamento?
Seguindo a grande paixão que sempre tive pela língua portuguesa, quer me parecer que a utilização dos advérbios de tempo JÁ e AINDA pressupõe uma realidade que é inevitável, obrigatória ou, pelo menos, devida. O exemplo mais claro é o da morte.Não existe nada mais inevitável do que a morte e, assim sendo, sabemos que de velho ninguém passa. É portanto tão natural, seguindo esta ordem de ideias, ouvirmos alguém perguntar "Então, os seus bisavós? AINDA são vivos?" como ouvir como resposta "O meu bisavô JÁ morreu, a minha bisavó é que AINDA é viva". Um diálogo perfeitamente natural, pela ordem natural das coisas, da vida. Os mesmos advérbios podem também, a meu ver correctamente ser usados quando ambas as pessoas sabem que uma determinada acção é obrigatória ou devida. Parece-me normal ouvir uma pessoa perguntar a outra "Então, JÁ entregaste a declaração do IRS?" ou "JÁ pediste desculpa ao Zé?" ... Ambas as perguntas fazem sentido, tal como faz...