Eternamente Apaixonada

Amizade. Sempre que se fala em amizade a ideia que nos vem ao pensamento é de um sentimento bonito, sem interesses, sem obrigações, sem deveres. Um sentimento puro, uma forma de amor, sem implicar exclusividade, em que a fidelidade não implica deixar de se sentir o mesmo sentimento por um milhão de pessoas. Se assim não for, não será amizade verdadeira. Um amigo é aquela pessoa querida, que nos surge na vida e cujo sentimento aceitamos sem obrigações, sem pressões. Alguém de quem gostamos espontaneamente, sem sermos obrigados a isso por nenhum contrato ou laço de sangue. Nesse caso, porque é que quando queremos dar ênfase a um sentimento de amizade que temos por alguém, temos a necessidade de explicar com expressões tais como "Somos como irmãos", "Ele é como se fosse meu irmão" , "Ele foi como um pai para mim" , "Ela para mim é uma segunda mãe" , "Para mim, ele é como um filho"? . Porque necessitamos de usar muletas para exprimir uma...

Pela nossa vida fora somos atacados por paixões. Não só pelas paixões na sua "versão" mais elementar, mas paixões por coisas, por atividades, por pessoas (não no sentido de homem ou mulher, mas simplesmente pessoa), por sentimentos, por aquilo que nos apaixona. Coisas íntimas. Coisas nossas. Coisas secretas. Sentimentos tão bonitos e tão próprios que jamais deviam ser partilhados fosse com quem fosse. SÃO NOSSOS. Mas por vezes, por mais que escondamos essas "paixões" (eu chamo-lhes assim, acho giro) de quase toda a gente, achamos tão bonito o que sentimos que há uma ou outra pessoa com quem nos sentimos à vontade para falarmos delas... Talvez porque achamos que a pessoa nos compreende... Talvez porque achamos que a pessoa tem "paixões" semelhantes às nossas... Mas é um erro... Há sentimentos próprios que jamais se devem partilhar... Só num momento de despedida... Tive um professor que tinha a fantasia de ser maestro... Frequentemente fechava-se no quarto...